Relatório aponta 2,1 mil ha de floresta amazônica desmatada por dia em 2019

A Amazônia teve um grande aumento no número médio de hectares desmatados em 2019, o equivalente a 2.110 hectares de desmatamento ocorrendo por dia, ou o mesmo que 1,9 mil campos de futebol desmatados diariamente. As notícias sobre o desmatamento da Amazônia foram divulgadas pelo projeto MapBiomas no dia 26 de maio deste ano. O projeto é responsável pelo Relatório Anual de Desmatamento que aponta o tamanho das áreas desmatadas ao longo do período em comparação com outros períodos.

O relatório enfatiza os seguintes dados: entre janeiro e dezembro de 2019, foram desmatados 3.339 hectares por dia em todo o território nacional, equivalente a 139 hectares por hora; 96,7% da área desmatada no ano passado se concentram no Cerrado e na Amazônia; somente o Cerrado perdeu 46,65 hectares por hora, equivalente a 1.119,6. Ainda de acordo com os dados: somente 0,5% da área desmatada no ano passado ocorreu de forma legal; 15,6% do desmatamento em todo o país ocorreu em terras indígenas ou em unidades de conservação; a maior parte dos alertas de desmatamentos em 2019 estão concentrados nas áreas do Pantanal, além de 37% no aumento de alertas em terras indígenas durante o período.

“A área mínima de detecção de alertas de desmatamento varia conforme cada sistema em operação no país. Os dados apontados no relatório são equivalentes ao desmatamento que pode ser observado pelas imagens de satélite. Com certeza existe uma omissão no número de alertas de desmatamentos com base no tamanho do desmatamento registrado”, diz o coordenador do MapBiomas, Tasso Azevedo.

O MapBiomas foi criado em parceria com empresas de tecnologia e ONGs com o objetivo de monitorar e mapear o solo brasileiro, verificando as mudanças em todo o território nacional e gerar dados otimizados sobre as áreas de desmatamentos que vem ocorrendo no país. O relatório gerado pelo MapBiomas não são dados oficiais do governo, como é o caso do sistema Prodes Amazônia, que apresenta os dados dos alertas para o desmatamento na Amazônia e no Cerrado, e devem ser utilizados com cautela.