De acordo com declarações feitas no último dia 20 de fevereiro pelo economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), Marcel Balassiano — em entrevista à Agência Brasil — as escolas de samba ajudam a movimentar a economia do Rio de Janeiro não só nos dias de carnaval, mas durante o ano todo. Segundo ele, as agremiações impactam fortemente na economia através de setores como o hoteleiro, o de bares, o de alimentação e o de transporte.
“Não é só nos dias de carnaval. As escolas têm impacto o ano inteiro na indústria do carnaval, com diversos tipos de produções trabalhando nos barracões e nas quadras, e movimentando a economia formal e informal”. Um ensaio de rua ou de quadra foi um exemplo citado por Balassiano — considerando que eventos como estes quando acontecem, levam muitas pessoas para o local em questão. Esse público, por sua vez, consome nos bares e restaurantes da região.
O economista dos Ibre-FGV também salientou que “isso acaba sendo mais importante nesse momento em que o Rio de Janeiro e o Brasil estão vivendo de recuperação, ainda devagar, da recessão que o país passou entre 2014 e 2016″. “E a pior consequência dessa recessão é o mercado de trabalho, que está em situação bastante precária”, acrescentou Marcel Balassiano.
Dados anteriores
Conforme uma pesquisa com dados de 2018, realizada pela FGV ( por conta de um pedido do Ministério do Turismo), o impacto do carnaval na economia do ano chegou ao valor de R$ 3 bilhões. Já a geração de postos de trabalhos passou de 70 mil. A arrecadação de impostos, por sua vez, atingiu os R$ 179 milhões — sendo que, destes, R$ 77 milhões foi de Imposto sobre Serviços (ISS) para o Rio de Janeiro.
Quanto às notícias de perfil dos turistas de 2018, 88% foram brasileiros que permaneceram na cidade, em média, de 6,6 dias cada; e gastaram cerca de R$ 280,32 por dia. Os 12% de estrangeiros carimbaram uma estadia média mais alta — de 7,7 dias — assim como os gastos diários, que alcançaram os R$ 334,01.
Para este ano, a previsão da Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur) é de que o carnaval irá injetar — tanto na economia formal quanto informal da cidade carioca — mais de R$ 4 bilhões. Isso no período referente aos dias da festa de Momo e à semana anterior. O número supera, inclusive, a soma apurada do evento de 2019, que foi de R$ 3,78 bilhões.